Alunos do ensino médio da cidade de Pinheiro conheceram, na manhã de hoje, a comunidade quilombola de “Frechal”.
Do blog do Gregório Pereira.
Hoje (14) pela manhã aconteceu uma pesquisa de
campo, realizada pelos alunos e professores da Escola Estadual “Dom
Ungarelli”, na Reserva Extrativista Quilombo do Frechal, localizada há três
quilômetros do município de Mirinzal.
campo, realizada pelos alunos e professores da Escola Estadual “Dom
Ungarelli”, na Reserva Extrativista Quilombo do Frechal, localizada há três
quilômetros do município de Mirinzal.
Os visitantes tinham como objetivo conhecer a
história do local que é marcado pelo sofrimento dos negros escravizados.
história do local que é marcado pelo sofrimento dos negros escravizados.
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Sr. Bié, homem descendente de Escravo de 78 anos |
“Aqui antigamente era terra de índio, eles usavam
suas flechas para matar os peixes em um poço, e esse poço, por causa das
flechadas lançadas pelos indígenas, ficou conhecido como “frecheiro”, daí se
originou o nome Frechau”, disse o senhor Bié um dos moradores mais velhos do
local.
suas flechas para matar os peixes em um poço, e esse poço, por causa das
flechadas lançadas pelos indígenas, ficou conhecido como “frecheiro”, daí se
originou o nome Frechau”, disse o senhor Bié um dos moradores mais velhos do
local.
O local teve o nome originado pelos Indígena,
mas não existe nenhum índio ou descendente vivendo lá atualmente.
mas não existe nenhum índio ou descendente vivendo lá atualmente.
O quilombo originou-se de um engenho que foi
fundado no final do século XVIII pelo português Manuel Coelho de Souza, o local
já se chamava Frechal antes de ser quilombo.
fundado no final do século XVIII pelo português Manuel Coelho de Souza, o local
já se chamava Frechal antes de ser quilombo.
Frechal foi uma das propriedades mais prósperas do Maranhão. Os descendentes de
Manuel Coêlho de Souza continuaram a produzir açúcar ao longo de todo o século
XIX. Em 1925, porém, Artur Coelho de Souza, último herdeiro de tal família,
hipotecou a fazenda em função de inúmeras dívidas que contraiu.
Os quilombolas contam que os negros da fazenda trabalharam arduamente e, com
uma só safra de algodão, conseguiram saldar a dívida do proprietário. Em
agradecimento, o fazendeiro deixou em testamento parte de suas terras aos
negros. As ruínas da sede e da chaminé da antiga propriedade encontram-se hoje
no território pertencente a Frechal.
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Homem fazendo Farinha de Mandioca. |
Existem cerca de 80 famílias morando no local
atualmente.
atualmente.
A região ao redor dos vilarejos possui uma
vegetação exuberante. Em Frechal, campos naturais, manguezais, babaçuais e
florestas alternam-se na paisagem. Os moradores do lugar aproveitam essa rica
flora para desenvolver diversas atividades econômicas, como a agricultura, o
extrativismo e a pesca.
vegetação exuberante. Em Frechal, campos naturais, manguezais, babaçuais e
florestas alternam-se na paisagem. Os moradores do lugar aproveitam essa rica
flora para desenvolver diversas atividades econômicas, como a agricultura, o
extrativismo e a pesca.
Em 1992, o território de Frechal foi transformado
em reserva extrativista pelo governo federal. Essa foi à estratégia encontrada
naquela ocasião para garantir os direitos dos quilombolas que se encontravam
ameaçada por conflitos com pretenso proprietário de suas terras.
em reserva extrativista pelo governo federal. Essa foi à estratégia encontrada
naquela ocasião para garantir os direitos dos quilombolas que se encontravam
ameaçada por conflitos com pretenso proprietário de suas terras.
“Descobrimos um pedaço da África dentro do
Maranhão” disse uma das professoras.
Maranhão” disse uma das professoras.
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Mulher e homem pescando no poço Frecheiro. |
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Casarão deixado por Manuel Coelho de Souza para os Quilombolas. |
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Chaminé por onde saiam a fumaça do antigo engenho. |
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