Conferência discute “Gestão dos Resíduos Sólidos” em Pinheiro

PINHEIRO – A Conferência Regional do
Meio Ambiente em Pinheiro reuniu, nesta quarta-feira (3), cerca de 240 pessoas,
na Universidade Federal do Maranhão – Campus II, na Estrada Pinheiro-Pacas, km
10, s/nº – Bairro da Enseada. O evento, que discutiu o tema “Gestão dos
Resíduos Sólidos”, foi encerrado após a eleição de 20 propostas elaboradas
pelos grupos de trabalho e dos delegados da regional. A expectativa é de que em
Pinheiro sejam eleitos 80 delegados. Eles deverão participar da IV Conferência
Estadual do Meio Ambiente, marcada para o período de 3 a 5 de setembro de 2013,
no Centro de Convenções Pedro Neiva de Santana, em São Luís.
A secretária adjunta de
Desenvolvimento Sustentável da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos
Naturais do Maranhão (Sema), Lorena Saboya, representando o secretário Victor
Mendes, deu início aos trabalhos. Compuseram, ainda a mesa, o secretário municipal
de Meio Ambiente de Pinheiro, Hugo Cordeiro, representando o prefeito Filuca
Mendes; o diretor do Campus da Ufma de Pinheiro, Rickley Marques; a promotora
de Justiça de Mirinzal, Lícia Ramos Cavalcanti; o gestor da Unidade Regional de
Educação de Pinheiro, Antônio Fernando Jansen Pereira Mitoso; a coordenadora do
Fórum Municipal de Meio Ambiente e Agenda 21 de Cururupu, Célia Cristina da
Silva Pinto (representando a sociedade civil organizada); e Edson Wanderly
Pinheiro, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Pinheiro,
representando o setor empresarial.
Lorena Saboya agradeceu a resposta
positiva dada pelos municípios mobilizados para o evento. “Ver os
municípios presentes na Conferência discutindo este tema urgente e fundamental
para qualquer cidade, é de suma importância para que possamos ter um
desenvolvimento sustentável no Maranhão”, afirmou.
O secretário Hugo Cordeiro destacou
que a discussão do tema tem relevância para todo o Estado tendo em vista a
problemática da geração de resíduos sólidos e a destinação desses resíduos para
lixões que deverão ser fechados até agosto de 2014. “Espero que a
conferência contribua para solução deste problema e que os participantes
aproveitem os debates”, afirmou.
A coordenadora do Fórum Municipal de Meio Ambiente e Agenda 21 de
Cururupu, Célia Cristina da Silva Pinto, e Edson Wanderly Pinheiro, presidente
da Câmara de Dirigentes Lojistas, ressaltaram a importância da participação
social na Conferência e a discussão do tema.
Para que os representantes de 36
municípios pudessem debater com mais profundidade sobre a Gestão dos Resíduos
Sólidos nos subeixos: Produção e Consumo Sustentáveis, Redução dos Impactos
Ambientais, Educação Ambiental e Geração de Emprego e Renda, foram ministradas
três palestras relacionadas ao tema.
Na palestra sobre as ações de “Gestão
de Resíduos Sólidos da Prefeitura Municipal de Pinheiro”, o secretário
Hugo Cordeiro, apresentou o diagnóstico dos resíduos sólidos do município. Ele
destacou que 55% dos resíduos dos estabelecimentos comerciais são recicláveis e
que a prefeitura também traçou o perfil dos catadores. “Este diagnóstico é
o primeiro passo para o futuro fechamento do lixão e construção do aterro
sanitário, da implantação de uma coleta seletiva e da criação de um centro de
triagem que fortalecerá os grupos de catadores”, explicou.
A coordenadora local do Projeto da
Sema “Agentes do Verde” , Gerlane Dias, fez uma palestra sobre a
experiência do projeto na Área de Proteção Ambiental da Baixada Maranhense.
A moradora do povoado Santo Antônio
dos Carvalhos, Idalina Ribeiro, 28 anos, disse que antes do projeto tinha uma
visão diferente do meio ambiente e desperdiçava materiais que poderiam ser
reaproveitados. “Agora eu vejo que posso utilizá-los e até gerar renda e
quero, também, repassar o que aprendi para minha comunidade”, comentou.
Palestra

O Prof. Dr. em Ciências da Engenharia
Ambiental, Ozelito Possidônio de Amarante Júnior, ministrou a palestra
“Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos: redução de impactos ambientais”.
Na ocasião informou que de acordo com as pesquisas feitas pelo Centro de
Pesquisas Avançadas em Ciências Ambientais do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Maranhão (Ifma), 60% dos resíduos levados para os aterros
ainda são restos de alimentos que poderiam ser utilizados para produção de
adubos. Além disso, todo o lixo recolhido no Maranhão não é tratado,
contaminando o solo, a água e o ar.
Ainda de acordo com a pesquisa, 17%
do lixo que vai para os lixões maranhenses são compostos por materiais
plásticos que liberam substâncias tóxicas. “Essas substâncias afetam o
sistema endócrino desregulando as glândulas e também podem causar diversos
tipos de câncer. Entre eles, câncer de mama, câncer de ovários, câncer de testículos,
além da redução da produção de espermatozóides e até mesmo a diminuição do
tamanho do órgão sexual masculino”, alertou.

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