Em Pinheiro, os comunistas “denunciam” aliança do PT com “golpistas”, mas na vizinha cidade de Bequimão o governador e o politburo do PCdoB estão em peso com o candidato do PSDB César Cantanhede, aliado político do secretário-adjunto de Comunicação, Robson Paz, ex-militante golpista do PPS que foi convertido recentemente ao comunismo palaciano.
Do Robert Lobato
Não há quaisquer dúvidas quanto à lealdade do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) ao projeto político e de sociedade em curso no país desde a primeira eleição de Lula em 2002 até a reeleição de Dilma em 2014.
O PCdoB tem sido um defensor do mandato de Dilma e mais do que isso: defensor da própria democracia e das esquerdas deste país.
Contudo, o pragmatismo dos comunistas do Brasil é conhecido seja na política, movimento sindical, estudantil, nas entidades acadêmicas etc.
Ocorre que no Maranhão, os comunista levaram esse pragmatismo a um outro patamar que mistura oportunismo com cinismo. Senão vajamos.
No município de Pinheiro, maior cidade da Baixada Maranhense, os camaradas do PCdoB operaram nacionalmente, sob o comando do governador Flávio Dino, para tirar o PT da coligação com o PMDB do prefeito Filuca Mendes onde, desde 2012, os petistas compõem uma aliança política inclusive ocupando o cargo de vice-prefeito com o bancário César Soares.
O discurso oficial é que o PCdoB tem um candidato “competitivo” e o PT não pode continuar numa coligação liderado por “golpistas”, numa alusão ao prefeito Filuca que é pai do deputado federal Victor Mendes e que votou a favor do impeachment da presidente Dilma na Câmara dos Deputados. O mesmo Victor Mendes que Flávio Dino só foi lembrar que existe, para pedir o voto contra o afastamento da petista, na última hora.
Pois bem. Em Pinheiro os comunistas “denunciam” aliança do PT com “golpistas”, mas na vizinha cidade de Bequimão o governador e o politburo do PCdoB estão em peso com o candidato do PSDB César Cantanhede, aliado político do secretário-adjunto de Comunicação, Robson Paz, ex-militante golpista do PPS que foi convertido recentemente ao comunismo palaciano.
Isso sem falar que o vice-governador do Maranhão é o golpista Carlos Brandão, presidente estadual do PSDB, partido que é comandante do golpe contra Dilma ao lado do PMDB.
Que o PCdoB maranhense faça suas escolhas políticas e eleitorais tudo bem, mas as façam com a devida honestidade retórica de que as suas escolhas por estas plagas são dadas não porque esse ou aquele partido, esse ou aquele aliado político seja ou não golpista, mas porque querem se manter no poder para continuar a “mudança” no Maranhão, ainda que seja a mudança de gogó.
Resumo da opereta: há “golpistas” e golpistas para o comunismo do Brasil no Maranhão.