Estudo do Sebrae mostra impactos da obra da ponte do Balandro, em Bequimão

Segundo o diretor superintendente do Sebrae, João Martins, o estudo de impacto sócioeconômico da ponte do Balandro é um projeto piloto e servirá para identificar oportunidades geradas antes, durante e depois da obra
Segundo o diretor superintendente do Sebrae, João Martins, o estudo de impacto sócioeconômico da ponte do Balandro é um projeto piloto e servirá para identificar oportunidades geradas antes, durante e depois da obra

A construção de uma ponte de 60 metros sobre o Rio Itapetininga, em Bequimão, facilitará o escoamento da produção de 18 comunidades rurais que concentram 40% da população daquele município e tornará mais barato em até 50% o custo de entrega de produtos como materiais de construção e eletrodomésticos para estes povoados.

Estas informações foram constatadas pelos técnicos e consultores do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresa no Maranhão (Sebrae) que estão fazendo um estudo sobre os impactos socioeconômicos da obra para pequenos negócios do município, tanto para os que já existem como para os que devem surgir após a conclusão da obra, que está sendo sob responsabilidade do governo estadual, por meio da Secretaria Estadual das Cidades.

A pesquisa está sendo desenvolvida pelo Observatório Sebrae e as primeiras visitas aconteceram no final de fevereiro, com acompanhamento do secretário adjunto da pasta Paulo Cazé. Todas as 18 comunidades que vão se beneficiar da obra, onde vivem cerca de nove mil pessoas, foram visitadas pelo grupo. Na ocasião, foi encontrada produção de milho, feijão e arroz, ligado à Agricultura familiar, pesca artesanal, piscicultura e identificadas potencialidades para a horticultura, turismo e ecoturismo, hotelaria, gastronomia e comércio.

Apesar de pequena, a ponte sobre o rio Itapetininga, também conhecida como ponte do Balandro, por estar no povoado de mesmo nome, encurtará a viagem entre as 18 comunidades e a sede de Bequimão em até 23 quilômetros, o que promete uma melhoria significativa o município, tanto no deslocamento de pessoas quanto no escoamento da produção agrícola e pesqueira.

Hoje, no local, há apenas uma passarela improvisada de madeira que não permite o trânsito de veículos de qualquer porte. Segundo o comerciante Fábio Fredson Pereira, que atua no segmento de material de construção, com a nova ponte entregar uma carrada de areia ficará mais barato. “Gasto até R$ 40 para dar uma volta grande para entregar material de construção. Aqui uma carrada de areia custa R$ 220 e com o custo do frete fico com uma margem apertada”, disse.

Iniciativa

O diretor superintendente do Sebrae, João Martins, explica que o trabalho que está sendo desenvolvido pela instituição é um projeto piloto do Observatório Sebrae. “Este é o primeiro estudo de impacto socioeconômico de uma obra que estamos fazendo. Ele parte de macroempreendimentos em infraestrutura e avalia o cenário antes, durante e depois da obra”, comentou.

“ Desta forma poderemos identificar oportunidades, gerar um documento que apoie os empreendedores locais na tomada de decisões e sinalize ao governo oportunidades para absorver mão de obra local e até mesmo a cadastrar e formalizar pequenos negócios já existentes, além de prospectar potenciais negócios na região de abrangência direta destas obras de infraestrutura”, completou Martins.

A secretária de estado de Cidades e Desenvolvimento Urbano, Flavia Alexandrina Almeida afirmou que a iniciativa ajudará a planejar ações pós–obra. “Esse trabalho visa identificar os impactos que serão causados com a obra na economia local e na criação de novas oportunidades de negócios. Como a localidade possui carência na infraestrutura, a ponte que ligará vários povoados proporcionará maior mobilidade e um planejamento urbano estratégico para a área”, observou.

O prefeito de Bequimão, Zé Martins, disse que a construção da ponte sobre o Rio Itapetininga é histórica e justifica outra obra que está sendo feita no município como forma de movimentar a economia local.

“Este é uma demanda antiga e vai garantir um enorme ganho para população por dar mais mobilidade urbana e garantir o acesso à serviços de educação, saúde e abastecimento. Temos um hospital regional de referência em Bequimão que a população de 18 comunidades terá acesso com mais facilidade. Além disso, vai justificar a revitalização do cais do Rio Itapetininga, que poderá facilitar a movimentação de produtos agrícolas e pesqueiros no município e o recebimento de mercadorias para a cidade”, comentou Martins.

IMPACTO

O estudo do Observatório Sebrae ainda levantou potencialidades na região e oportunidades de melhoria e para novos negócios na região. Entre as potencialidades que podem ser desenvolvidas estão a pesca artesanal, ecoturismo, agricultura familiar, com produção de milho, feijão e arroz, e piscicultura. Entre as oportunidades, estão nos segmentos de hotelaria, bares e restaurantes e comércio varejista, especialmente com entrega em domicílio.

Novas visitas técnicas serão feitas à região antes da conclusão do estudo. “Estamos vendo que este novo método de trabalho é promissor e estamos em busca de novas oportunidades para desenvolver estudos do mesmo tipo”, finalizou Martins.

Além deste estudo, o Observatório Sebrae tem realizado ou compilado outras pesquisas sobre potencialidades e tendências da economia com foco nos pequenos negócios. Os estudos e pesquisas são disponibilizados gratuitamente no endereço eletrônico www.observatorio.sebraema.com.br.

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