Quem é maranhense,
sabe. Farinha na mesa é coisa sagrada. “O maranhense gosta muito de
farinha, né? É o pirão mesmo, só em cima do arroz, de qualquer jeito, o
maranhense gosta de farinha”, disse o comerciante João Crescêncio.
“Se eu olhar o arroz na mesa e não tiver a farinha, não me satisfaz.
Agora, se tiver a farinha e não tiver o arroz, eu como”, revelou o
carpineteiro Manoel da Conceição Soares. (Veja a íntegra do Mirante Rural
no vídeo)
sabe. Farinha na mesa é coisa sagrada. “O maranhense gosta muito de
farinha, né? É o pirão mesmo, só em cima do arroz, de qualquer jeito, o
maranhense gosta de farinha”, disse o comerciante João Crescêncio.
“Se eu olhar o arroz na mesa e não tiver a farinha, não me satisfaz.
Agora, se tiver a farinha e não tiver o arroz, eu como”, revelou o
carpineteiro Manoel da Conceição Soares. (Veja a íntegra do Mirante Rural
no vídeo)
Apreciada como
sempre, cara como nunca. “Tá caro de exagerado. A gente lamenta,
infelizmente, foi uma crise das plantações. Realmente aqui no Maranhão tão até
parando de plantar”, contou o vendedor Antonio Soares.
sempre, cara como nunca. “Tá caro de exagerado. A gente lamenta,
infelizmente, foi uma crise das plantações. Realmente aqui no Maranhão tão até
parando de plantar”, contou o vendedor Antonio Soares.
Pinheiro tem a
fama de produzir uma das farinhas mais saborosas do estado. Além disso, é um
dos maiores produtores maranhenses. Mas, até por lá, o quilo da farinha
“está custando o olho da cara”, como costuma dizer povo da
região. “Essa é biriba. Tá R$ 10,00. Essa comum aqui tá R$ 8,00”,
disse o comerciante José de Ribamar Menezes.
fama de produzir uma das farinhas mais saborosas do estado. Além disso, é um
dos maiores produtores maranhenses. Mas, até por lá, o quilo da farinha
“está custando o olho da cara”, como costuma dizer povo da
região. “Essa é biriba. Tá R$ 10,00. Essa comum aqui tá R$ 8,00”,
disse o comerciante José de Ribamar Menezes.
Os produtores
dizem que é a maior alta dos últimos 20 anos. A explicação para o aumento está
na cadeia produtiva e vários fatores explicam. Um deles é a estiagem, que
começou cedo e se prolongou por muito mais tempo. Faltou chuva e a mandioca não
cresceu o quanto o produtor esperava.
dizem que é a maior alta dos últimos 20 anos. A explicação para o aumento está
na cadeia produtiva e vários fatores explicam. Um deles é a estiagem, que
começou cedo e se prolongou por muito mais tempo. Faltou chuva e a mandioca não
cresceu o quanto o produtor esperava.
O produtor Edvan
Silva plantou a mandioca em agosto do ano passado. Como é um plantio
mecanizado, esperava colher já em março. Mas a chuva não veio como ele
esperava. “Cheio de esperança. Tava chovendo bastante, aí depois que eu
plantei, a chuva desapareceu. Aí nasceu uma parte. A outra parte, eu plantei
novamente, quando choveu um pouquinho”, disse.
Silva plantou a mandioca em agosto do ano passado. Como é um plantio
mecanizado, esperava colher já em março. Mas a chuva não veio como ele
esperava. “Cheio de esperança. Tava chovendo bastante, aí depois que eu
plantei, a chuva desapareceu. Aí nasceu uma parte. A outra parte, eu plantei
novamente, quando choveu um pouquinho”, disse.
Edvan arranca uma
maniva para nos mostrar como a raíz se desenvolveu e a constatação não é
animadora. “Aí, ó. Se tivesse a chuva? Se tivesse a chuva, essa aqui tava
boa”, lamentou.
maniva para nos mostrar como a raíz se desenvolveu e a constatação não é
animadora. “Aí, ó. Se tivesse a chuva? Se tivesse a chuva, essa aqui tava
boa”, lamentou.
Nas casas de
forno, os tanques estão quase todos vazios e o número reduzido de gente
trabalhando também mostra o quanto a mandioca está em falta. Para o lavrador
Francisco dos Santos Abreu, além da chuva, falta gente para trabalhar na
lavoura, assistencia técnica e incentivo para os assentamentos. “Antes
tinha muito projeto aí. O Incra investiu em muito projeto. Deu uns dois anos,
aí que deu muita farinha, mas depois o pessoal foi abandonando os
projetos”, contou.
forno, os tanques estão quase todos vazios e o número reduzido de gente
trabalhando também mostra o quanto a mandioca está em falta. Para o lavrador
Francisco dos Santos Abreu, além da chuva, falta gente para trabalhar na
lavoura, assistencia técnica e incentivo para os assentamentos. “Antes
tinha muito projeto aí. O Incra investiu em muito projeto. Deu uns dois anos,
aí que deu muita farinha, mas depois o pessoal foi abandonando os
projetos”, contou.
Segundo o
lavrador, é por falta de bons resultados na roça que os homens da região estão
abandonando a lavoura para trabalhar em grandes obras pelo país a fora.
“Tão tudo trabalhando em firma. Os mais novo tão tudo no mundo. Eu mesmo,
os que trabalhava comigo, foram tudo embora”, explicou.
lavrador, é por falta de bons resultados na roça que os homens da região estão
abandonando a lavoura para trabalhar em grandes obras pelo país a fora.
“Tão tudo trabalhando em firma. Os mais novo tão tudo no mundo. Eu mesmo,
os que trabalhava comigo, foram tudo embora”, explicou.
Os lavradores
ainda enfrentam outro problema. A chuva alternada com sol intenso e
temperaturas altas favorecem o desenvolvimento de um tipo de fungo que causa a
podridão da mandioca. As que não apodrecem, perdem a qualidade.
ainda enfrentam outro problema. A chuva alternada com sol intenso e
temperaturas altas favorecem o desenvolvimento de um tipo de fungo que causa a
podridão da mandioca. As que não apodrecem, perdem a qualidade.
A qualidade da
mandioca influencia diretamente no preço da farinha. Quando ela está boa, a
massa é consistente. O produtor precisa de, no máximo, 100 quilos de
mandioca para produzir 30 quilos de farinha. Quando caem as primeiras chuvas, a
coisa muda totalmente de figura. Metade da massa se transforma em água. Os
produtores costumam dizer que a mandioca está “degenerada”. Com isso,
para produzir os mesmos 30 quilos, a quantidade de polpa dobra.
mandioca influencia diretamente no preço da farinha. Quando ela está boa, a
massa é consistente. O produtor precisa de, no máximo, 100 quilos de
mandioca para produzir 30 quilos de farinha. Quando caem as primeiras chuvas, a
coisa muda totalmente de figura. Metade da massa se transforma em água. Os
produtores costumam dizer que a mandioca está “degenerada”. Com isso,
para produzir os mesmos 30 quilos, a quantidade de polpa dobra.
“No verão, a
gente bota 100 quilos de madioca para fazer 30 quilos de farinha. Hoje, a gente
bota uma base 200 quilos de mandioca pra dar 30 quilos de farinha. Aí, a gente
perde muito por isso, mas o que a gente vai fazer? A gente depende da mandioca
pra sobreviver e isso vai da natureza”, diz o lavrador.
gente bota 100 quilos de madioca para fazer 30 quilos de farinha. Hoje, a gente
bota uma base 200 quilos de mandioca pra dar 30 quilos de farinha. Aí, a gente
perde muito por isso, mas o que a gente vai fazer? A gente depende da mandioca
pra sobreviver e isso vai da natureza”, diz o lavrador.
Porão dos Pirrós é
o maior produtor de farinha biriba da região. Na época da boa safra, que vai de
maio até outubro, chega a produzir 30 toneladas de farinha por mês. Agora, a
produção caiu pela metade. “Isso é uma coisa que deixa a gente preocupado.
Nós temos hoje três agroindústria no Porão dos Pirrós, pra nós manter elas
funcionando e vender pra cidade de Pinheiro, Santa Helena, enfim, na baixada e
capital. Estamos usando a pouca que nós temos e tamo buscando nos povoados que
não são assentamentos e também nos municípios vizinhos”, revelou o
produtor.
o maior produtor de farinha biriba da região. Na época da boa safra, que vai de
maio até outubro, chega a produzir 30 toneladas de farinha por mês. Agora, a
produção caiu pela metade. “Isso é uma coisa que deixa a gente preocupado.
Nós temos hoje três agroindústria no Porão dos Pirrós, pra nós manter elas
funcionando e vender pra cidade de Pinheiro, Santa Helena, enfim, na baixada e
capital. Estamos usando a pouca que nós temos e tamo buscando nos povoados que
não são assentamentos e também nos municípios vizinhos”, revelou o
produtor.
Se a farinha é
pouca e a procura é grande, o preço vai para as alturas. Em dezembro, os
valores começaram a subir e não pararam mais. Para o lavrador Joacy dos Santos
Vieira, é uma oportunidade de pagar as contas. “Ajuda nas despesas da
gente, financeira, que a gente tá devendo uma continha. Por causa do preço, a
gente corre e vai acertar as contas da gente, mas, por outro lado, eu acho que
a gente perde muito mais”, disse.
pouca e a procura é grande, o preço vai para as alturas. Em dezembro, os
valores começaram a subir e não pararam mais. Para o lavrador Joacy dos Santos
Vieira, é uma oportunidade de pagar as contas. “Ajuda nas despesas da
gente, financeira, que a gente tá devendo uma continha. Por causa do preço, a
gente corre e vai acertar as contas da gente, mas, por outro lado, eu acho que
a gente perde muito mais”, disse.
Assim, a farinha,
que já foi comida de pobre, está virando artigo de luxo.
que já foi comida de pobre, está virando artigo de luxo.
do G1 ma