ALCÂNTARA – A reitora Nair Portela inaugurou na última quarta-feira (14), na cidade de Alcântara, o polo de extensão da Universidade Federal do Maranhão – câmpus Pinheiro, na presença do prefeito de Alcântara, Domingos Santana Júnior, do diretor do Centro de Ciências Humanas, Naturais, Saúde e Tecnologia (CCHNST) – câmpus Pinheiro, Rickley Marques, do coordenador do polo e do laboratório de preservação da documentação histórica, Ítalo Santirocchi, e do coordenador do laboratório de arqueologia, Arkley Bandeira.
Restaurado pela prefeitura de Alcântara, o imóvel foi doado em 15 de fevereiro para a Universidade Federal do Maranhão, para servir de campo de estudos para historiadores e arqueólogos. Ítalo Santirocchi, um dos idealizadores da implantação do polo, explica que será feita uma limpeza da documentação doada pela prefeitura alcantarense, ou seja, é uma documentação do executivo que vai desde o século XIX ao XX. Segundo ele, além da limpeza, será feita também a catalogação e digitalização de todo o material para que esteja à disposição para outros pesquisadores utilizarem em seus estudos.
“Inicialmente, temos dois laboratórios, um de documentação e outro para estudo, análise e armazenamento arqueológico dos artefatos encontrados em Alcântara. Todo esse material ficará aqui para exposição quando houver atividades no prédio, onde temos uma secretaria geral, um miniauditório que também servirá como sala de aula, uma pequena biblioteca e uma área de acomodação para os pesquisadores ficarem instalados durante a execução dos seus trabalhos. Logo iniciaremos cursos de extensão e cursos para a comunidade relacionados à preservação do patrimônio, além de outras atividades da Universidade que serão realizadas junto com os professores da rede pública estadual”, explica Santirocchi.
O diretor do CCHNST, Rickley Marques, lembrou que a instalação desse polo no município é uma forma de preservar sua história e contribuir para o desenvolvimento da cidade, de forma que ela não perca suas raízes e origens, já que Alcântara contribui significativamente para a história e cultura brasileiras.
“Chegou a hora de a UFMA dar a sua contribuição para a cidade de Alcântara. Temos muita confiança no trabalho dessa equipe de professores que estão aumentando sua carga horária porque desejam participar ativamente da formação dos jovens do município. Nosso objetivo é que, em breve, com o andamento das pesquisas, possamos trabalhar na implantação de cursos de especialização e até de um mestrado profissional, para que a Universidade seja uma referência em Alcântara”, contou.
Para o prefeito da cidade, Domingos Santana Júnior, a UFMA é uma instituição nacional de referência e é necessário aproveitar o conhecimento de seus professores para que esta região possa se desenvolver mais ainda. “O Brasil tem uma grande dívida social com os povos quilombolas, que têm uma concentração de mais de 180 comunidades aqui em Alcântara. Ver a Universidade chegar até aqui e instalar um polo que cuidará da documentação e memória do nosso povo é uma satisfação enorme para todos nós”, ressaltou.
A reitora Nair Portela enalteceu a parceria da Universidade com a prefeitura de Alcântara e destacou que é fundamental esse contato, principalmente nesse município, que é considerado histórico e que possui uma vasta área para pesquisa nas mais diversas áreas do conhecimento. “Hoje inauguramos, em tempo de crise e de dificuldades, um prédio histórico bonito, reestruturado e todo organizado pela prefeitura local, para instalarmos um polo de extensão do campus de Pinheiro. Essa é uma grande conquista, vitória e concretização de um sonho que se iniciou em 2014 pelos professores do câmpus de Pinheiro e que agora, em parceria com a prefeitura, estamos inaugurando. É com muita alegria que estamos abrindo as portas desse prédio para um polo extensionista da Universidade Federal do Maranhão. Aqui serão abrigados projetos relevantes de resgate da história de Alcântara, tanto na área arqueológica quanto documental, com o funcionamento de dois laboratórios de fundamental importância para a vida de Alcântara”, frisou.
Os trabalhos nos prédios devem iniciar efetivamente, a partir de 2017, quando chegarão mais equipamentos que serão úteis para as análises e os estudos dos materiais. Atualmente, o prédio já recebeu alguns artefatos encontrados em comunidades quilombolas e que já estão sendo estudados com a ajuda de uma lupa eletrônica.