12 deputados da base de Lula assinam pedido de impeachment de Dino por agendas de “dama do tráfico”

Por Agência O Globo

ministro da Justiça Flávio Dino se tornou alvo de um grupo de 45 deputados da oposição que irão protocolar, na Câmara Federal, mais um pedido de impeachment. A reação ocorre após duas visitas da “dama do tráfico amazonens” em sua pasta. Luciane Barbosa Farias é esposa do Clemilson dos Santos Farias, líder do Comando Vermelho mais conhecido como Tio Patinhas. O caso foi inicialmente divulgado pelo jornal “O Estado de S. Paulo”.

Entre os parlamentares, há 12 filiados a partidos da base do governo Lula (PT): União Brasil (5), PSD (1), Republicanos (3), PP (1) e MDB (2) que, juntos, lideram dez ministérios. Apesar de serem de siglas da base do governo, este grupo se identifica com a oposição e raramente vota com o Planalto.

Os deputados afirmam que a visita de pessoas associadas ao crime e ao tráfico em um órgão do governo federal é inadmissível. Luciane Barbosa de Farias chegou a ser condenada a dez anos de prisão por ter desempenhado, de acordo com o Ministério Público, um papel essencial na ocultação de valores do tráfico. Enquanto o marido coordenava as negociações do crime, Luciane é acusada de ter tido o papel de acobertar, o que fazia adquirindo veículos de luxo, imóveis e registrando empresas laranjas.

Entre elas, a Associação Liberdade do Amazonas, que foi fundada no ano passado com o intuito de defender os direitos dos presos. Contudo, um inquérito sigiloso da Polícia Civil do Amazonas alega que a ONG teria sido criada pelos criminosos para atender suas próprias necessidades e que o papel real seria “perpetuar a existência da facção criminosa e obter capital político para negociações com o Estado”.

Além de parlamentares de partidos adversários ao governo, assinaram o documento: Sargento Fahur (PSD-PR), Professor Paulo Fernando (Republicanos-DF), Alfredo Gaspar (União-AL), Rosangela Moro (União-SP), Zucco (Republicanos-RS), Messias Donato (Republicanos-ES), Zacharias Calil (União-GO), Coronel Telhada (PP-SP), Coronel Assis (UNIÃO-MT), Delegado Palumbo (MDB-SC), Rodrigo Valadares (UNIÃO-SE) e Pezenti (MDB-SC).

Os deputados em questão pertencem a partidos com cargos no primeiro escalão do Planalto. No caso do União Brasil, Celso Sabino (Turismo) e Juscelino Filho (Comunicações) lideram ministérios. Já o PSD tem três pastas comandadas por Carlos Fávaro (Agricultura), Pesca (André de Paula) e Minas e Energia (Alexandre Silveira). O Republicanos e o PP possuem um ministério cada — Portos e Aeroportos, sob o comando de Silvio Costa Filho e Esportes, com André Fufuca, respectivamente.

Por sua vez, o MDB tem Renan Filho (Transportes), Simone Tebet (Planejamento) e Jader Filho (Cidades) no primeiro escalão.

Entre os 33 deputados que integram a oposição, a maior parte (28) é do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Novo (2), Patriota (2) e Podemos (1) também tem integrantes entre os signatários.

Entenda o caso.

Nesta segunda-feira, uma matéria do jornal “O Estado de S.Paulo” revelou que Luciane Barbosa Farias, mais conhecida como a “dama do tráfico amazonense”, esteve no Ministério da Justiça em duas agendas com secretários de Dino.

Com a divulgação, o nome da facção criminosa e o termo “Ministério da Justiça” chegaram aos assuntos mais comentados do X (antigo Twitter), e recebeu o repúdio de políticos como Nikolas Ferreira (PL-MG) e Sergio Moro (União Brasil-PR).

Em resposta, o ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) afirmou que nunca recebeu líderes de facção em seu gabinete. “Nunca recebi, em audiência no Ministério da Justiça, líder de facção criminosa, ou esposa, ou parente, ou vizinho. De modo absurdo, simplesmente inventam a minha presença em uma audiência que NÃO SE REALIZOU em meu gabinete. Sobre a audiência, em outro local, sem o meu conhecimento ou presença, vejam a história verdadeira no Twitter do Elias Vaz (secretário do ministério). Lendo lá, verificarão que não é o que estão dizendo por conta de vil politicagem”, afirmou.

Secretário de Assuntos Legislativos no ministério, Elias Vaz informou que no dia 14 de março recebeu uma solicitação de audiência por parte da ex-deputada estadual Janira Rocha. Dois dias depois, em 16 de março, Janira teria ido à pasta e levado Luciane como sua acompanhante. “Ela se limitou a falar sobre supostas irregularidades no sistema penitenciário. Repudio qualquer envolvimento abjeto e politiqueiro do meu nome com atividades criminosas”, afirmou.

Veja lista de signatários:
André Fernandes (PL-CE)

Sargento Gonçalves (PL-RN)

Gilvan da Federal (PL-ES)

Paulo Bilynskyj (PL-SP)

Sargento Fahur (PSD-PR)

Nikolas Ferreira (PL-MG)

Amalia Barros (PL-MT)

Carlos Jordy (PL-RJ)

Alberto Fraga (PL-DF)

Roberta Roma (PL-BA)

Gustavo Gayer (PL-GO)

Professor Paulo Fernando (Republicanos-DF)

Alfredo Gaspar (União-AL)

Ze Trovão (PL-SC)

Gilberto Silva (PL-PB)

Marcelo Moraes (PL-RS)

Julia Zanatta (PL-SC)

Dr. Frederico (Patriota-MG)

Giovani Cherini (PL-RS)

Sanderson (PL-RS)

Rosangela Moro (União-SP)

Zucco (Republicanos-RS)

Bibo Nunes (PL-RS)

Vermelho Maria (PL-PR)

Rodolfo Nogueira (PL-MS)

Messias Donato (Republicanos-ES)

Mauricio Marcon (Podemos-RS)

Carla Zambelli (PL-SP)

Zacharias Calil (União-GO)

Magda Moffato (Patriota-GO)

Ramagem (PL-RJ)

Pr Marco Feliciano (PL-SP)

Eli Borges (PL-TO)

Bia Kicis (PL-DF)

Filipe Martins (PL-TO)

Cel Chrisóstomo (PL-RO)

Coronel Telhada (PP-SP)

Marcel Van Rattem (Novo-RS)

Coronel Assis (UNIÃO-MT)

Delegado Palumbo (MDB-SC)

Rodrigo Valadares (UNIÃO-SE)

Pezenti (MDB-SC)

Junio Amaral (PL-MG)

Adriana Ventura (NOVO-SP)

Coronel Fernanda (PL-MT)

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