Com apoio do Sebrae empreendedores de Bequimão recebem agroindústria de beneficiamento de mandioca

25 famílias do povoado Vila Nova serão beneficiadas diretamente.O Sebrae participou do processo de implantação da agroindústria, capacitando os empreendedores rurais.

Vinte e cinco famílias do povoado de Vila Nova, no município de Bequimão, receberam na última quinta-feira (10), a agroindústria de beneficiamento de mandioca.

A benfeitoria que é fruto de uma iniciativa do Governo do Estado, por meio do Sistema de Agricultura Familiar (SAF), contou com a parceria técnica do Sebrae Maranhão, por meio da Unidade Regional de Pinheiro, que ofertou cursos e acompanhamentos para estruturação do negócio, visando maior movimentação da economia local.

A produção e o beneficiamento da agroindústria, segundo informações da SAF, tem a capacidade de processar 3.500 quilos de mandioca, com rendimento de 1.000 quilos de farinha por dia.

Com a capacitação, o Sebrae, profissionalizou cerca de vinte pessoas da comunidade, que trabalharão da produção à entrega da farinha para comercialização. Durante o ano passado, dois cursos foram realizados com os moradores: o de beneficiamento da farinha de mandioca e o Negócio Certo Rural (NCR), desenvolvido em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

Segundo a gerente regional do Sebrae em Pinheiro, Graça Fernandes, incentivos como esses, tendem a fortalecer o negócio local e preservar a identidade cultural de cada região.

“A instituição possui a metodologia primária de mapear a realidade de cada município, de acordo com seus costumes e tradições para estudar a necessidade empreendedora dos pequenos agricultores; dessa forma o Sebrae passa a envolver parte dessa população na teia empreendedora. Em Bequimão, por exemplo a cidade possui o potencial da produção de farinha de mandioca, aqui, implantamos dois cursos para profissionalizá-los, com o propósito de fomentar a geração de emprego e renda para a região e consequentemente o estado todo”, destacou Fernandes, que na ocasião, representou a diretoria executiva do Sebrae no Maranhão.

Silvio Garcia, uma das lideranças comunitárias de Vila Nova, e também participante dos cursos que o Sebrae ofereceu, disse que a oportunidade veio em boa hora. “Tivemos aulas muito interessantes e boas para o nosso aprendizado, nós que já somos acostumados a botar a mão na massa, pudemos abrir a mente para fazer coisas novas e que gerem melhoria para nosso negócio. Valeu demais ter participado, só ganhamos com tudo que foi feito’’, disse emocionado.

O próximo passo que o Sebrae dará junto com a comunidade será a elaboração da comunicação visual, mercantilização dos produtos para a melhor qualidade e manutenção sustentável do negócio. Segundo Graça Fernandes, o objetivo para os próximos momentos é colaborar com os pequenos empreendedores rurais no aprimoramento da qualidade do serviço e da oferta dos produtos.

Dentre as autoridades presentes na solenidade, estiveram o vice-prefeito de Bequimão, Magal, o secretário de estado de Agricultura Familiar, Júlio Mendonça, o deputado estadual Zé Inácio, representantes do Fórum em Defesa da Baixada Maranhense, além de gestores e técnicos da AGERP-MA.

Agricultura Familiar x Mandiocultura

“O sertanejo é, antes de tudo, um forte”, afirmou o jornalista, escritor e conhecedor de perto da vivência do homem camponês, Euclides da Cunha, no século XIX, frase ícone da literatura brasileira.

Adaptando a citação para a realidade da sociedade maranhense, o homem provinciano alia o saber que possui da natureza e da terra a seu favor; o chão vira seu sustento; pois dele pode plantar e colher.

No Maranhão, essa realidade campestre é existencial.  Diversas famílias do interior do Estado ainda sobrevivem da agricultura rural e retiram desse trabalho seu sustento.

Segundo o último censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 36,9% da população do estado é rural, o maior percentual do país.

Um dos fatores que motivam a prática desse tipo tradicional de cultivo é a grande extensão territorial do Maranhão, que abriga terras férteis e solo preparado para o plantio.

A matéria prima em comum mais cultivada nos duzentos e dezessete municípios de todo o estado, é a mandioca. Um elemento significativo para a cadeia de produção de alimentos de famílias tradicionais da baixada maranhense.

Da mandioca é extraído a fécula, insumo relevante para a produção da farinha, da tapioca para feitura do famoso ‘beiju’ e seus derivados. Pratos típicos e tradicionais aparecem na mesa dos maranhenses sendo manuseados por comunidades nativas do Estado.

Com o propósito de agregar valor de mercado a esse setor, a exemplo do que foi trabalhado em Vila Nova, o Sebrae Maranhão, tem desenvolvido diversas capacitações e consultorias junto a esses pequenos produtores rurais, com qualificação na área de fabricação e beneficiamento da farinha de mandioca, iguaria típica dos maranhenses.

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