Mais três empresários prestam depoimento à CPI dos Combustíveis; Outras distribuidoras podem ser convocadas

A Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) que investiga o aumento abusivo dos preços dos combustíveis em
São Luís ouviu, na tarde desta quarta-feira (04), os empresários José Henrique
Heluy Nicolau, Audir Lages de Carvalho e Niedja Garcia que, como os outros
donos de postos, negaram formação de cartel na capital maranhense. Diante de
depoimentos anteriores, os deputados analisam a convocação de outras
distribuidoras para falar sobre uma suposta pressão, visando combinação da
tabela de valores praticada na cidade.
Segundo o presidente da CPI, Othelino Neto, o
depoimento do empresário Audir Lages foi o mais esclarecedor até agora por ter
sido didático na explicação das diferenças de custos de cada empresa, o que
reforçou a inquietação sobre a coincidência de preços em São Luís. “Como é que
postos tão diferentes em seus custos podem trabalhar com o mesmo valor para o combustível?
indagou o deputado.

De acordo com Othelino, até agora, a CPI já ouviu
vários depoimentos e ninguém nunca conseguiu explicar o porquê da coincidência
de preços. “A ANP (Agência Nacional de Petróleo) já foi ouvida. Vamos continuar
convocando empresários. Uma instituição que convidamos e que nunca mandou
representante foi o CAD (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Já
ouvimos representantes da Petrobras e estamos analisando o convite ou
convocação para outras distribuidoras que atuam no Maranhão”, disse o
presidente da Comissão.

Mercado cartelizado
Na última terça-feira (03), o presidente da CPI disse,
após mais uma fase de oitivas, que, em dois meses de investigação, a impressão
é de que o mercado de São Luís está mesmo cartelizado. Os deputados analisam
também depoimentos de empresários, dando conta que o setor sofreria pressão de
distribuidoras para majoração dos valores cobrados na capital maranhense.
A CPI iniciou a fase de oitivas desta semana ouvindo
os empresários Oswaldo Salomão, do posto Americano, e Sebastião Murad, do posto
São Francisco. Os dois negaram que esteja havendo combinação de preços entre os
donos de postos de combustíveis. Mas o último depoente levantou a suspeita, já
cogitada por outros proprietários, de que haveria pressão por parte das
distribuidoras para a majoração dos valores.
Segundo o presidente da CPI, nas próximas oitivas,
também poderão ser ouvidos representantes de distribuidoras de combustíveis
sobre a denúncia de que haveria algum tipo de pressão para aumentar os preços
na capital maranhense.
“Eu continuo afirmando a impressão de que o mercado em
São Luís está cartelizado. Sobre esses elementos da participação das
distribuidoras, o empresário que depôs há pouco levantou essa suspeita.
Empresários têm falado da pressão que recebem para majorar os preços. Temos
representantes de distribuidoras para ouvir ainda”, afirmou.
Coincidência de preços
Othelino Neto disse que, até agora, nenhum dos
depoentes conseguiu esclarecer o porquê da coincidência dos preços praticados
em São Luís.  Segundo ele, a CPI espera encerrar os trabalhos antes do
prazo de 120 dias sem ter que pedir prorrogação.
“Temos muita documentação, oitivas importantes e
estamos recebendo mais elementos. Podemos afirmar que não é admissível que
realidades tão diferentes pratiquem o mesmo preço em São Luís. O consumidor tem
o direito de ter opção de mercado”, comentou o deputado.
A CPI dos Combustíveis tem ainda como membros os
deputados Jota Pinto (PEN), Carlos Amorim (PDT), Roberto Costa (PMDB) e
Francisca Primo (PT), na condição de titulares. E como suplentes atuam os
parlamentares Bira do Pindaré (PSB), Camilo Figueiredo e Raimundo Louro (PR),
Neto Evangelista (PSDB), Alexandre Almeida (PTN) e Doutor Pádua (PRB).

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