Pastor Marco Feliciano é eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos

Ainda sob
protestos e a portas fechadas, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos
Deputados elegeu, na manhã desta quinta-feira (7), o deputado Pastor Marco
Feliciano (PSC-SP) para presidir o colegiado. A vice-presidência ficará a cargo
de Antônia Lúcia (PSC/AC). A votação ocorreu com 11 votos favoráveis, dos 18
membros do colegiado.
Durante a posse, o
deputado negou ser racista. “O trabalho que nós vamos executar aqui vai
mostrar ao povo brasileiro. Caso eu houvesse cometido esse crime de racismo, a
primeira pessoa para quem eu teria que pedir perdão na vida seria a minha mãe
[…]. Uma senhora de matriz negra, só não tem a sua matiz negra – só a pele
dela não é negra -, mas o sangue é negro, os lábios são negros, o coração dela
é, como eu também sou”, disse.
A eleição foi
iniciada após a saída da sessão de deputados contrários à escolha de Feliciano,
indicado pelo PSC para ocupar o cargo. O ex-presidente da comissão, deputado
Domingos Dutra (PT-MA), renunciou ao cargo momentos antes da votação e se
recusou a dar continuidade à sessão. “Me retiro nesse momento em nome do
PT e me retiro em meio a uma ditadura que foi estabelecida aqui”, disse o
deputado.
Do lado de fora, o
deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), apoiador de Feliciano e crítico da militância
LGBT, chegou a discutir com os manifestantes e foi vaiado (veja vídeo ao lado).
A sessão teve início por volta das 9h15, mas público foi impedido de
entrar na comissão para evitar o tumulto. Os dois acessos do corredor que dão
acesso à sala onde ocorria a reunião foram bloqueados por seguranças.
A sessão desta
quinta foi convocada pelo presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN)
após ter sido cancelada nesta quarta devido a discursos e protestos contra a
indicação de Feliciano. Nesta quinta, a sessão teve início por volta das 9h15
com os dois acessos à sala onde ocorria a reunião bloqueados para impedir a
entrada de manifestantes.
Em sua indicação,
na terça (5), o deputado declarou que se baseia na posição política de Martin
Luther King, pastor norte-americano líder na luta pelos direitos dos negros e
vencedor do prêmio Nobel da Paz. Na presidência, o deputado terá poder para
colocar ou retirar de pauta projetos de lei relacionados a direitos humanos e
defesa de minorias.

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